terça-feira, 14 de maio de 2013

Angelina Jolie: cirurgia preventiva nas mamas é comum no Brasil. Rita Lee já fez

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Angelina Jolie retirou os seios
Angelina Jolie retirou os seios Foto: Toby Melville / Reuters
 
A atriz Angelina Jolie causou uma grande polêmica, nesta terça-feira, ao anunciar que se submeteu a uma dupla mastectomia para prevenir o câncer de mama. Mas o procedimento preventivo está se tornando comum também no Brasil. Em 2010, a cantora Rita Lee retirou as mamas, aconselhada pela ginecologista. A mãe dela morreu de câncer, e o risco de desenvolver a doença era bem alto.
“Minha ginecologista aconselhou a retirada das mamas, algo que não fez muita diferença, uma vez que as minhas já eram pequenas”, contou a cantora, em entrevista à revista Istoé, em setembro de 2010. “Prefiro ficar sem peitos e tranquila a ficar com eles e paranoica”, afirmou ela, que decidiu não reconstituir as mamas.
A cantora Rita Lee também optou pela cirurgia
A cantora Rita Lee também optou pela cirurgia Foto: Divulgação

O cirurgião plástico e mastologista João Carlos Sampaio, diretor do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, diz que realiza, no mínimo, uma cirurgia preventiva (ou profilática) por semana. Segundo o especialista, o número de intervenções deste tipo aumentou nos últimos anos, por causa do desenvolvimento da técnica cirúrgica e do diagnóstico precoce.
- Eu recomendo. O resultado é igual ao de um aumento da mama, uma plástica - explicou Sampaio, frisando que a cicatriz fica bem pequena. - Antes, as pacientes ponderavam mais, com medo de sofrer algum tipo mutilação ou por questões estéticas.
João Carlos Sampaio disse que conhece outros casos de mulheres famosas, inclusive pacientes dele, que optaram pela retirada das mamas. Mas se recusou a divulgar nomes, por questões éticas.
Antes de recomendar uma cirurgia preventiva do câncer de mama, o médico realiza análises genética, genealógica (estudo do histórico familiar) e patológica, para saber se há células pré-cancerosas. Com o resultado em mãos, a paciente pode optar pela retirada das mamas, tratamento com hormônio ou apenas o acompanhamento médico.
- Não se trata de uma obrigatoriedade. É uma opção. Eu sempre converso com minhas pacientes. É muito importante que ela compreenda os riscos e as opções. Qualquer caminho precisa ser consciente - pondera Sampaio. - Quem tem 87% de chances, é quase certo que vá ter câncer de mama - frisou ele, sobre o caso da atriz Angelina Jolie.
Técnica cirúrgica feita em Jolie não é das mais modernas
João Carlos Sampaio já desenvolveu, e utiliza aqui no Brasil, uma técnica mais moderna do que a aplicada em Angelina Jolie. O procedimento da atriz aconteceu em duas fases: a primeira, para a retirada das mamas, e a segunda, nove semanas depois, para a reconstrução.
As pacientes de Sampaio realizam a cirurgia preventiva em apenas uma fase. Em vez de ficar com o expansor (utilizado em Jolie) por semanas, para criar espaço para a próteses de silicone, o médico levanta o músculo da paciente parcialmente e coloca uma espécie de tela. Depois, implanta a prótese de silicone e enxerta gordura para que o seio fique com uma aparência bem natural.
- Fiquei até meio surpreso, quando li que ela utilizou a técnica mais antiga - admitiu Sampaio, acrescentando que nos Estados Unidos muitos médicos usam a técnica criada aqui no Brasil.
O método desenvolvido pelo especialista brasileiro foi publicado na década de 90, e vem sendo aprimorado desde então.
- Já não uso o expansor há quase 20 anos. Não há mais necessidade desse tipo de cirurgia.
A mãe de Angelina Jolie morreu de câncer aos 56 anos, depois de quase uma década lutando contra a doença. A atriz tinha 87% de chances de desenvolver o câncer de mama, e 50% de chances de apresentar câncer de ovário.


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